Panamericano de triathlon de longa distancia

   Esse final de semana, aconteceu o pan-americano de triathlon de longa distancia em Porto de Galinhas- PE. A competicao comecou estressante desde os 15 dias que o antecedia devido a divulgação que o local do ciclismo seria numa ciclovia sem área de escape e com pouco espaço, próprio de "Monaco" como foi dito por um dos organizadores.

    Ao chegar em Porto de Galinhas vi que seria impossível realizar um ciclismo na ciclovia- buracos, sem espaço e suja- e, de cara, disse que não faria caso fosse na ciclovia mas um dos organizadores afirmou que seria na rodovia, porem detalhes só seriam fornecidos durante o congresso tecnico, causando mais ansiedade.

    No sabado, fizemos um pedal cedo pra avaliar a rodovia, mais uma decepcao: rodovia suja, com lombadas, buracos e, o pior, com quase metade do que seria o percurso em areas de calcamento longe de ser o ideal pra uma bicicleta de triathlon, varios atletas nem sequer ficaram no clip durante o calcamento. No entanto, a maior surpresa viria no congresso tecnico.

    A organizacao resolveu, por sei la o motivo, mudar as distancias consideradas oficiais para um triathlon long distance, que seriam 3000m/80km/20km para uma nova distancia "proporcional" de 2250m/60km/15km. As surpresas nao pararam aí. Decidiram mudar o horario da largada para as 5:00 horas ao inves de 7:00 como estava na programacao.

mas vamos a prova...

Bandeira dos Bombeiros ao lado da largada

    Largada pra variar atrasada (5:30) em um mar muito agitado com ondas proprias para o surf e sob o olhar de placas informando que era proibido nadar naquela area... resultado foi que aproximadamente 20 atletas nao conseguiram vencer a arrebentacao e outros inumeros nao fizeram o percurso todo ja que nao havia controle de voltas por atleta, como disseram, "seria controlado pelo grupo". ????????

    Saindo do mar, outro descaso, tinhamos que atravessar duas vias: uma de calcamento onde quase fui apanhado por um buggy e a rodovia do ciclismo onde os atletas tinham que atravessar no momento certo pois deveria escapar das bicicletas e dos carros...

Placa a 20 metros do local da largada

    O ciclismo foi a maior irresponsabilidade que poderia acontecer. Nao houve interrupcao de transito, fizeram um controle pauperrimo em organizacao e o resultado foi que tinhamos que dividir a pista com carros muitas vezes chegando quase a parar atras de veiculos na pista alem da passagem frequente de pedestres, cachorros, carrocas e carros ora cruzando a rua, ora passando ao lado de forma perigosa, sem contar a suheira da pista e o calcamento...

   A corrida foi a unica parte onde nao houve problemas. Escolheram um local seguro(a famosa ciclovia), ofereceram boa hidratacao, ou seja, fizeram o deveria ter sido feito em todas as porcoes da prova.

   Ahhh e como fui na prova de encerramento da temporada? Estava receoso com minha panturrilha que me incomodou a corrida inteira mas nada que impedisse eu terminar a prova, fiz a ultima volta do ciclismo com o pneu dianteiro furado em boa parte da volta ( 50%) e na natacao basta dizer que fiz todo percurso com uma certa nausea pelo excesso de ondas mas que nao evitou que eu nadasse...

Enfim, nao importa o tempo que fiz na prova ou minha colocacao pois, no momento, agradeco que nenhum atleta sofreu algo grave e de ter terminado essa prova, embora, tenho certeza que o mais prudente teria sido nao largar.


Fica uma imagem triste com o caminho que o triathlon nacional segue com dirigentes compactuando com a desorganizacao, inseguranca e nao se preocupando em desenvolver as provas realizadas pelas federacoes. Arrisco a dizer que alguns atletas depois dessa prova pensarao n vezes antes de se increverem em um evento sob a tutela de certas federacoes e confederacoes e visarao cada vez mais eventos organizados por entidades privadas - Ironman, Rev, Chalenger, Ciadeeventos, thunder etc

XTERRA Ceara

     Esse fim de semana, aconteceu a ultima etapa do circuito regional Xterra em Aquiraz/Beach Park. A prova foi realizada no sábado com largada e saída do beach park e as seguintes distancias a serem percorridas: natação - 1000m; mountain bike - 29km; Corrida - 7km de areia.
     Foram dois dias vivendo o mundo do XTERRA, com jantar de massa na sexta-feira a noite com palestra/dicas do nadador Craig Evans e da campeã mundial do XTERRA Shonny V, tudo muito organizado e digno de uma prova com o emblema do XTERRA. No sábado, pela manha foi o triathlon, a tarde a kids run e a noite o Night Trail. Seria um fim de ssemana completo com meu amorzinho (Tatiana que iria competir no tri e na Night Trail)
      Iniciando pelo mais duro que foi o triathlon. Não tinha muita expectativa nessa prova pois vinha do 70.3 de Miami e na semana de retorno aos treinos sofri uma entorse do tornozelo esquerdo o que me tirou dos treinos por uns dias e limitava meus movimentos do pé esq mas fui pro aquecimento com a galera da zona alvo e nas primeiras corridas não senti dor no pé e vi que não iria atrapalhar muito, mas no aquecimento de entrada no mar pisei numa pedra e cortei a planta do mesmo pé (vou levar esse pé pra uma reza kkk) porem larguei e fiz uma natação muito boa ate a primeira bóia no entanto em direção a segunda me distanciei um pouco da linha perdendo um tempo bom, mas no final gostei da natação pois sai do mar logo atras da campeã mundial heheh. T1 feita sem muita pressa. Hora do temor de todos que seria a mountain bike, pois adversidade não iriam faltar... Nos primeiros 3km de estradão contra o vento, encontrei o Rafael Arias(tobinha) e fizemos o pedal todo junto e com muito sofrimento, agradeço por ter encontrado alguém pra ir compartilhando o desgaste e ter estimulo quando baixava o animo ainda mais que ele dizia estar sonhando com o posto de gatorade e esse até hoje não apareceu kkk, mas fizemos um pedal bem conservador, economizando o máximo as forcas que já não eram muitas e já perto do final da bike o Bruno "caveira" passou por nós e abriu uma diferença ate boa, tentei acompanhar mas não deu pois o pedal dele estava muito forte, assim fomos pra T2 com o Bruno uns 2 minutos na frente, eu em seguida e depois de uns 40seg o Tobinha. Hora da corrida na areia: s primeiros 200 metros era pra fazer desistir e pensei muito em fazer isso pois o desgaste físico associado ao calor e sol do meio-dia maltratava muito porem segui num ritmo confortável até encaixar a corrida. Por volta do 2 km, encontrei o Bruno e disse agora vamos juntos até o final e assim foi, nem o Tobinha passando por nós no km4 numa paulada mudou a estratégia e terminamos juntos com o mesmo tempo de 3h 32m. Depois, foi torcer pelo meu amorzinho, que estava debutando no triathlon logo com uma prova durissima, mas o pedal estava sofrido demais, além do calor que castigava, associado a ausência dos treinos nos últimos meses pois estava resolvendo tudo da nossa mudança e não teve tempo pra se dedicar aos treinos fez com que desidratasse e fosse quase além do seu limite físico, causando uma chegada à transição pouco depois do fechamento da T2(fez uma natação show mas realmente sofreu muito no clima e pela falta de treino ultimamente; iria compensar com a corrida no night trail).
     No final, foi um resultado excelente pois todos vínhamos de algumas competições e os treinos estavam voltados pro triathlon e uma prova off-road não estava no foco. O resultado da equipe Zona Alvo foi excelente com pódio em varia categorias: Revezamento - 2º Brasil, Jardel e Rodrigo Cantal(corrida animal do Cantal); Cat 20-24a - 1º Rafael Arias(Tobinha); Cat 25-29a - 1º Bruno Bazzan(Caveira); Cat 30-34a - 1º Rafael Leitão(teacher), 2º Rommel Reno(eu, hehehe), 3º Nilo (nilinho); fem cat 25-29a 1º Janice. Ainda teve o Fernandinho, Ricardo, Assis, Parahyba, cap Alberto, Guilherme. Esses são os que me lembro, mas tiveram outros e terminar a prova já foi por demais uma vitoria pois foi muito dura mesmo.
     A tarde pontualmente as 16h, teve a largada da Kids Run e nicolinha estava lá correndo muito e no vermelho hehe, ficou em segundo lugar na bateria da idade dela. Muito show assistir as crianças se envolverem com o esporte desde muito cedo. Estavam lá os pais com seus filhos todos: Walter Macedo (já iniciando o Vitor na corrida), Rodrigo Cantal(será q a Duda vai gostar tanto de foto qto o Pai?), O Luciano Petri (a Lina muito tranqüila e concentrada, a quem ela puxou? heheh), o Zé Filho(o filho já está mais pra PRO) e etc. Faltaram alguns pais que não vi por lá mas a falta mais sentida foi do Bira que não levou seu filho Thomaz pro Kids Run embora estivesse inscrito na categoria 9-10a kkkkk...
     A noite, ainda teve o Night Trail que foi uma das provas mais bonitas de corrida que já vi.... Todos com lanterna na cabeça correndo na praia e com uma lua cheia refletida no mar, uma cena pra cartão postal!!!! Da corrida não tem nem comentário, pois foi realmente muito lúdica e com espirito de amizade.
     No geral, espero fazer muitas vezes essa prova aqui no Ceara pois foi um espetáculo de organização, beleza e respeito aos atletas alem de estimular o espirito familiar no esporte.

De volta a rotina

    Esse fim de semana, voltei a rotina de treino e trabalho embora ainda de forma gradual nos treinos, mas quando o desanimo comeca a aparecer vejo o resultado do campeonato cearense de duathlon e ganho mais motivacao pra treinar (HTTP://WWW.CBTRI.ORG.BR/ver_new.asp?tipo=noticias&id=2938&pos_menu=).
     Li esse artigo na revista e achei bem interessante, vale a pena dar uma olhada: http://triathlon.competitor.com/2010/11/training/sports-science-update-train-hotrace-cool_16286

Sofrimento em Miami

   A viagem pra Miami, buscando participar do segundo ironman 70.3 começou tranquila sem imprevistos no aeroporto e na companhia do Humberto, Ricardo Veras e Carvalhinho, alem é claro das respectivas, apesar dos informes que a viagem via Manaus era tumultuada nao senti realmente nada disso e foi um voo tranqüilo e no horário programado, na verdade chegamos antes do previsto. Chegando em Miami, o combinado era encontrar com o Elano e seguir pra montagem da bike, porem houve um desencontro e só fomos nos encontrar no hotel de onde saímos pra jantar. Até o momento sem preocupação sobre a prova!!!
   Quinta-feira, o combinado era irmos a expo pegar o kit, montar a bike, testá-la e deixar quase tudo pronto pro check-in no dia seguinte mas fizemos tudo diferente: fomos ao shopping, batemos perna a tarde toda e so montamos a bike a noite pra pedalar na manha da sexta... aí começaram os problemas... durante a manhã da sexta saimos pra pedalar(eu e o Elano) mas com 500m o pneu comecou a pegar e o elano na parada inaugurou sua bike, sofrendo um tombo, voltamos pro hotel pegamos as chaves e tentamos consertar, mas a cada pedalada voltava a pegar e o freio do Elano tambem nao funcionava, pense num desespero!!! A sorte é que achamos o Regis que ajeitou a minha bike e resolvemos ir pra expo. Pegamos os kits, compramos mais pra variar e fomos levar as bikes pro check-in onde o Elano iria consertar seu freio no motor-home da specialized, e os problemas cessaram de aparecer... o freio foi consertado, no entanto quando fomos deixar a bike disseram que nao tinha rack e que devíamos deixar as bicicletas encostadas ou voltar as 20h, então fomos almoçar(17h, nada recomendado pra véspera de prova quando se deve ter repouso e alimentação bem feita) e encontramos com as mulheres que estavam batendo pernas, caiu um pau d'água a qual impediu que fossemos pra casa, quando chegamos ao hotel já era hora de voltar pra fazer o check-in e mais uma vez orientaram pra voltarmos no dia seguinte mais cedo para por as bikes no local, ou seja, perdemos o dia todo na expectativa de fazer o check-in e sem repouso ou alimentação...
      O dia da prova começou bem cedo pra podermos fazer o check-in e descobrir que não seria permitido roupa de borracha. A largada foi de dentro d'água com atraso, mas o pior é que sendo a última wave havia muitos mais lentos de outras largadas o que fez com que eu parasse umas 4x pra ajeitar os óculos e quando saí do mar, olhei pro relógio e vi 36 minutos foi um desespero, fiz a transição so pensando como iria compensar esse tempo perdido ( e o pior era a sensação de ter nadado forte pois fiz muita força), fui pro pedal já num ritmo louco com a freqüência cardíaca indo a 178, depois de uns 10 min caiu a ficha para não deixar a natação estragar a prova inteira pq naquele ritmo eu iria quebrar e comecei a dosar um pouco o pedal porém continuava forte e a toda hora passava um pelotão por mim, chegando inclusive a perguntarem se não gostaria de revezar (um absurdo pra uma prova da marca IM). No final do pedal, analisando vi que fiz o que vinha fazendo nos treinos sem mais nem menos já que vinha terminando os longos sem usar vácuo com media de 35,8-36km/h com vento e em situações parecidas com as de Miami, exceto as curvas, então a media de 36,2km/h foi na verdade uma vitoria pois pude por em pratica o que treinei nesses últimos meses, mas por ter feito muita forca, mais do que estava habituado a fazer no ciclismo, e ter escapado dos pelotões (quando passavam eu ficava um pouco e quando estávamos próximo eu forcava pra ultrapassa-los e fugir, alem das retomadas devido ao numero de curvas) acho que acabei forcando demais e paguei o preço na corrida, que alias foi um capitulo a parte pois esperava muito dessa parte da prova, estava com uma corrida muito boa mas devido a força q fiz no pedal paguei com juros na corrida e fiz uma corrida somente razoável e pra piorar ainda faltou água em dois postos de hidratação...
    Resumindo, fui pensando em fazer uma prova baseada na corrida e acabou sendo minha pior parte da prova devido a uma serie de fatores mas os ensinamentos que tive dessa prova vão alem da parte física, essa prova me ensinou que nem sempre o plano A funciona e reafirmou mais uma vez q triathlon é um esporte de natacaociclismocorrida e não ha separações entre eles pq a qualquer momento vc pode pagar o preço pelo outro.
   Agora, é descansar e tentar a voltar aos treinos o mais breve porque no fim do mês tem Recife... e próximo ano o tão esperado IRONMAN floripa.